ÒSÚN
Dona das águas. Na áfrica, mora no rio òsún. Senhora da fertilidade, da gestação e do parto, cuida dos recém-nascidos, lavando-os com suas águas e folhas refrescantes. Jovem e bela mãe, mantém suas características de adolescente. Cheia de paixão, busca ardorosamente o prazer. Coquete e vaidosa, é a mais bela das divindades e a própria malícia da mulher - menina. É sensual, exibicionista, consciente de sua rara beleza. Utiliza-se desses atributos com jeito e carinho para seduzir as pessoas e conseguir seus objetivos. Òsún é chamada de Yalodè, título conferido à pessoa que ocupa o lugar mais importante entre todas as mulheres da cidade, além disso, ela é a rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre as águas doces, sem a qual a vida na terra seria impossível. Dança de preferência sob o ritmo de sua terra: Igesá. Sua dança lembra o comportamento de uma mulher vaidosa e sedutora. Ela faz a qualquer um o que o médico não faz, é a òrisá que cura o doente com a água fria. Se cura a criança, não apresenta honorários ao pai. É a Orò, um pássaro que tem uma pena brilhante na cabeça, e a Yalodè, que ajuda as crianças a terem uma mãe. Manda a cabeça má ficar boa. Òsún é doce e poderosa como Oni. Òsún não concede as más coisas do mundo. Ela tem remédios gratuitos e faz as crianças tomarem mel. Sua palavra é meiga e deixa a criança abraçarem seu corpo com as mãos. A mão da criança é suave, Òsún é afável. É cliente dos vendedores de cobre. Agita sua pulseira para ir dançar. Ela é elegante e tem muito dinheiro para divertir-se. Suas jóias são de cobre e é proprietária do pente de cobre e de muitas penas de periquito. Não há lugar onde não se conhece Òsún, poderosa como um rei. Quando Orumilá estava criando o mundo, escolheu Òsún para ser a protetora das crianças. Ela deveria zelar pelos pequeninos desde o momento da concepção, ainda no ventre materno, até que pudessem usar o raciocínio e se expressar em algum idioma. Por isso, Òsún é considerada o òrisá da fertilidade e da maternidade. Por sua beleza, Òsún também é tida como a deusa da vaidade, sendo vista como uma òrisá jovem e bonita, mirando-se em seus espelhos e abanando-se com seu leque (abèbè). A deusa das águas doce, símbolo da riqueza, do charme, da elegância, foi a segunda esposa de Sàngò, antes, porém, esposa de Òsóósí, sua grande paixão. Patrona do ventre. Governa as ervas anticépticas e desinflamatórias. Seu domínio é subsolo do universo, suas características são a vaidade e a faceirice. Divindade única, genitora, ligada à procriação, patrona da gravidez, do desenvolvimento do feto, coloca o bebê sob sua proteção até que adquira o conhecimento da linguagem. Foi a primeira Iyami encarregada de ser Olotoju Anon Omi (aquela que vela pelas crianças e cura). O seu àsé principal é a atividade que rege esse conhecimento. Mãe ancestral suprema, Òsún é considerada a patrona dos peixes, mas é também representada pelos pássaros. O ovo é um dos seus símbolos. Orê Yeyê ô! Oxum era muito bonita, dengosa e vaidosa. Como o são, geralmente, as belas mulheres. Ela gostava de panos vistosos, marrafas de tartaruga e tinha, sobretudo, uma grande paixão pelas jóias de cobre. Este metal era muito precioso, antigamente, na terra dos iorubás. Se uma mulher elegante possuía jóias de cobre pesadas. Òsún era cliente dos comerciantes de cobre. Omiro wanran wanran wanran omi ro! "A água corre fazendo o ruído dos braceletes de Òsún!" Òsún lavava suas jóias, antes mesmo de lavar suas crianças. Mas tem, entretanto, a reputação de ser uma boa mãe e atende às súplicas das mulheres que desejam ter filhos Òsún exerce uma ampla influência no comportamento dos seres humanos, regendo principalmente o lado teimoso e manhoso, além daquele espírito maquiavélico que existe em todos nos. Dizem que “ a vingança é um prato que deve ser servido frio” e a articulação da vingança e seus pormenores tem a influência desta força da Natureza. No bom sentido, Òsún é o “veneno” das palavras, é o comportamento piegas das pessoas, é a forma “metida”, esnobe, apresentada, principalmente pelo sexo feminino. Òsún é o cochicho, o segredinho, a fofoca. Geralmente está presente quando um grupo de mulheres se reúne. É o seu habitat, pois está encantada nas conversas, nos risinhos, nos comentários, nas intriguinhas. Òsún rege o charme, o it, a pose. Tudo que está ligado à sensualidade, à sutileza, ao dengo, tem a regência de Òsún. Esta força é que desenvolve tais sentimentos e comportamentos nos indivíduos, sendo o sexo feminino o mais influenciado. Òsún também é o flerte, o namoro, a paquera, o carinho. É o amor, puro, real, maduro, solidificado, sensível. Òsún não chega a ser a paixão. Esta é Iansã . Òsún é o amor, aquele verdadeiro. Ela propicia e alimenta este sentimento nos homens, fazendo-os ser mais calmos e românticos. Realmente, Òsún é a Deusa do Amor. Sua força está presente no dia-a-dia, pois que não ama de verdade? Embora o mundo de hoje esteja tumultuado demais, ainda existe espaço no coração dos homens para o amor. Ele ainda existe, e Òsún é quem gera estes sentimentos mágicos. Aliás, Òsún está muito intimamente ligada à magia. É sabido pelo povo do candomblé que os filhos de Òsún são muito chegados ao feitiço. E isso tem explicação: Òsún é a divindade africana mais ligada às Yámi Osorongá, feiticeiras, bruxas. Com elas aprendeu a arte da magia. Por isso, os filhos de Òsún são tão poderosos nesta arte. Mas a magia está presente em quase tudo que fazemos principalmente no que se refere ao coração, ao sentimento. Òsún é o encanto desses momentos, sua presença se dá nessas horas. Òsún é o sentimento doce, equilibrado, maduro, sincero, honesto. É o sentimento definitivo, aquele que dura a toda a vida. Òsún é a paz no coração, é o saber que “amo e sou amado”. Mas ela se encanta também na manha, no denguinho feminino, na vontade de ter algo, apenas por ter. Ela é o mimo, a menininha mal acostumada. É a sensualidade do “biquinho” feminino, quando quer uma coisa. É o charme! Òsún também é a água doce, o olho d’água, onde encanta seu filho Lògùnédé. É a cachoeira, o rio, que também tem a regência de seu filho. É a queda da água da cascata. Regente do ouro, ela está presente e se encanta em joalherias e outros lugares onde se trabalha com ouro, seu metal predileto e de regência absoluta. É a protetora dos ourives. Òsún é o próprio ouro, e está presente em todas as peças e jóias feitas com este metal. Entretanto, a regência mais fascinante de Òsún é a fecundação, melhor, o processo de fecundação. Na multiplicação da célula mater – que vai gerar a criança, a nova vida no ventre – Èsú entrega a regência para Òsún, que vai cuidar do embrião, do feto, até o nascimento. É Òsún que vai evitar o aborto, manter a criança viva e sadia na barriga da mãe. É Òsún que vai reger o crescimento desta nova vida que estará, neste período de gestação, numa bolsa de água – como ela, Òsún, rainha das águas. É sem duvida alguma, uma das regências mais fascinantes, pois é o inicio, a formação da vida. E Òsún “tomará conta” até o nascimento, quando, então, entregará para Yiá Ori (Yemonjá), que dará destino àquela criança. Como disse antes, Òsún é uma força da Natureza muito presente em nossas vidas, já que todos nós fomos gerados no útero materno; todos nós convivemos ainda na barriga da mãe, com Òsún e, num breve sentimento de carinho e amor, estaremos desenvolvendo esta força dentro de nós. Òsún é o amor e a capacidade de sentir amor. E se amamos algo ou alguém é porque ela está viva dentro de nós. Dia: Sábado; Data: 8 de dezembro; Metal: latão e ouro, o bronze e o cobre; Cor: amarelo; Comida: omóólocum e banana fritas; Arquétipos: calmos, carinhosos, desprendidos, vaidosos, volúveis, altruístas, sonhadores, muito elegantes apaixonados, por jóias, perfumes e vestimentas caras; símbolo do charme e beleza, sensuais, porém reservados, evitam chocar a opinião publicar à qual dão grande importância; sob sua aparência calma e sedutora, esconde uma vontade muito forte, um grande desejo de ascensão social. Símbolo: abèbè