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Òsáálá
Òsáálá


ÒSÁÁLÁ

 

Olorun, Deus supremo, criou um ser, a partir do ar (que havia no início dos tempos) e das primeiras águas. Esse ser encantado, que era todo branco e muito poderoso, foi chamado Òsáálá. Logo em seguida, criou outro òrisá que possuía o mesmo poder do primeiro, dando-lhe o nome de Nànà. Os dois nasceram da vontade de Olorun de criar o universo.

Òsáálá passou a representar a essência masculina de todos os seres, tornando-se o lado direito de Olorun. Nànà, por sua vez, teria a essência feminina, e representaria o lado esquerdo. Outros orixás também foram criados, formando-se um verdadeiro exército a serviço de Olorun, cada um com uma função determinada para executar os planos divinos.

Èsú foi o terceiro elemento criado, para ser o elo entre todos os òrisá, e deles com Olorun. Tornou-se costume prestar-lhe homenagens antes de qualquer outro, pois é ele quem leva as mensagens e carrega os ebós.

Olorun confiou à Òsáálá a missão de criar a Terra, investindo-o de toda a sabedoria e poderes necessários para o sucesso dessa importante tarefa. Deu a ele uma cabaça contendo todo asé que seria utilizado.

Òsáálá, orgulhoso por ter recebido tamanha honraria, achou desnecessário fazer as oferendas a Èsú.

Èsú, vendo que Òsáálá partira sem lhe fazer as oferendas, previu que a missão não seria cumprida, pois, mesmo com a cabaça e toda a força do mundo, sem a sua ajuda não conseguiria chegar ao local indicado por Olorun.

A caminhada era longa e difícil, e Òsáálá começou a sentir sede, mas, devido à importância de sua missão, não podia se dar ao luxo de parar para beber água. Não aceitou nada do que lhe foi oferecido, nem mesmo quando passou perto de um rio interrompeu a sua jornada. Mais à frente, encontrou uma aldeia, onde lhe ofereceram leite de cabra para saciar sua sede, que também foi recusado.

Todos os caminhos pareciam iguais e, depois de andar por muito tempo, sentiu-se perdido. De repente, ele avistou uma palmeira muito frondosa, logo à sua frente, Òsáálá, já delirando de tanta sede, atingiu o tronco da palmeira com seu cajado, sorvendo todo o líquido que saía de suas entranhas (era vinho de palma). Embriagado pela bebida, desmaiou ali mesmo, ficando desacordado por muito tempo.

Èsú avisou Nànà que Òsáálá não havia feito as oferendas propiciatórias, por isso não terminaria sua tarefa. Ela, agindo por contra própria, resolveu consultar um babalawô para realizar devidamente as oferendas. O sacerdote enumerou uma série de coisas que ela deveria oferecer entre elas um camaleão, uma pomba, uma galinha com cinco dedos e uma corrente com nove elos. Èsú aceitou tudo, mas só ficou com a corrente, devolvendo o restante à Nànà, pois ela iria precisar mais tarde. Outros sacrifícios foram realizados, até que Olorun a chamou para procurar Òsáálá, que havia esquecido o saco da criação com o qual criaria a Terra. Nànà, após terminar suas oferendas, foi atrás de Òsáálá, encontrando-o desacordado próximo ao local onde deveria chegar.

Ao saber que Òsáálá havia falhado em sua missão, Olorun ordenou que a própria Nànà prosseguisse naquela tarefa com a ajuda de todos os orixás. E assim foi feito. Nànà pegou o saco da criação e o entregou à pomba, para que voasse em círculo. A galinha com cinco dedos foi solta, para espalhar aquela imensa quantidade de terra, e, finalmente, o camaleão arrastou-se vagarosamente, para compactá-la e torná-la firme.

Quando Òsáálá acordou, viu que a Terra já havia sido criada, e não o fora por ele. Desesperado, correu até Olorun, que o advertiu duramente por não ter reverenciado Èsú antes de partir, julgando-se superior a ele. Òsáálá, arrependido, implorou perdão. Olorun, sempre magnânimo, deu-lhe uma nova e importantíssima tarefa, que seria a de criar todos os seres que habitariam a Terra. Desta vez ele não poderia falhar!

Usando a mesma lama que criou a Terra, Òsáálá modelou todos os seres, e, insuflando-lhes seu hálito sagrado, deu-lhes a vida.

Desta forma, Nànà e Òsáálá desempenharam tarefas igualmente importantes, juntamente com a valiosa ajuda de todos os orixás, que possibilitaram o surgimento deste novo e maravilhoso mundo em que vivemos.

Òsáálá  marido de Nànà, senhora do portal da vida e da morte. E por determinação dela, somente os seres femininos tinham acesso ao portal, não permitindo aproximação de seres masculinos em hipótese alguma. Determinação que servia também para Òsáálá, que com o passar do tempo não se conformava com esta decisão, não só por ser marido de Nànà, como por sua própria importância no panteão dos Órisás.

Assim pensou até que encontrou uma forma de burlar as determinações de sua esposa. Não fugindo de sua cor branca, vestiu-se de mulher, colocou o adè (coroa) com os chorões no rosto, próprio das iyabás e aproximou-se no portal satisfazendo enfim sua curiosidade.

Foi pego, porém, por Nànà no exato momento em que via o outro lado da dimensão. Nànà aproximou-se e determinou: - "Já que tu, meu marido, vestiste-te de mulher para desvendar um segredo tão importante, vou compartilhá-lo contigo. Terás, então, a incumbência de ser o princípio do fim, aquele que tocará o cajado três vezes ao solo para determinar o fim de um ser. Porém, jamais conseguirás te desfazer das vestes femininas e, daqui para frente terás todas as oferendas fêmeas!"

E Òsáálá passou a comer não mais como os demais santos aborós (homens), mas sim cabras e galinhas como as iyabás. E jamais se desfez das vestes de mulher. Em compensação, transformou-se no senhor do princípio da morte e conheceu todos os seus segredos.

 

Órisá associado à criação do mundo e da espécie humana. Apresenta-se de duas maneiras: moço – chamado Òsòòguìyan, e velho – chamado Òsòòlufàn

O símbolo do primeiro é uma idá (espada), o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado Òpásòòrò
A cor de Òsòòguìyan é o branco levemente mesclado com azul, do de Òsòòlufàn é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira
Sua saudação é ÈPA BÀBÁ ! Òsáálá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Órisás do Panteão Africano
Simboliza a paz é o pai maior nas nossas nações na Religião Africana. É calmo, sereno, pacificador, é o criador, portanto respeitado por todos os Órisás e todas as nações. A Òsáálá pertence os olhos que vêem tudo.

As pessoas de Òsáálá são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança. Seus ideais são levados até o fim, mesmo, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias as suas opiniões e projetos. Gostam de dominar e liderar as pessoas. São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos, mas exigem ser respeitados.