ÒSÓÓSÍ

Òrisá da caça é a divindade da fartura, da abundância, da prosperidade. Em seu lado negativo, porém, pode ser também o pai da míngua, da falta de provisão. Suas principais características são a ligeireza, a astúcia, a sabedoria, o jeito ardiloso para faturar sua caça. É um Òrisá de contemplação, amante das artes e das coisas belas.

Como todos os outros Òrisá , Òsóósí  também está no dia a dia dos seres vivos, convivendo intimamente com todos nós. Dentro do culto, ele é o caçador do Àsé, aquele que busca as coisas boas para uma Casa de Santo, aquele que caça as boas influências e as energias positivas.

No dia a dia, encontramos o deus da caça no almoço, no jantar, enfim, em todas as refeições, pois é ele que provê o alimento. Rege a lavoura, a agricultura, permitindo bom plantio e boa colheita para todos.

Òsóósí é a semente, é o vegetal em ponto de colheita. É a fartura, a riqueza, é a carne que o homem consome também esta ligado às artes. Todo tipo de arte. Ele está presente no ato da pintura de um quarto, na confecção de uma escultura, na composição de uma música, nos passos de uma dança. Seus encantamentos estão na arte de um modo geral. Encanta-se nas misturas de cores, na escrita de um poema, de um romance, de uma crônica. Òsóósí  está presente desde o canto dos pássaros, da cigarra, ao canto do homem. É pura arte!

Òsóósí também rege o revoar dos pássaros e seu encantamento mais bonito está nas evoluções das pequenas aves, a vontade de cantar, de escrever, de pintar, de esculpir, de dançar, de plantar, de colher, de caçar, de viver com dinamismo e otimismo. Curiosamente, Òsóósí  também é a  comodidade, a vontade de vislumbrar, de contemplar. Òsóósí  é um pouco preguiça, a vontade nada fazer, senão pensa e, quem sabe criar.

A vida com essa força da Natureza, entretanto, não é só suavidade. Em seu lado negativo, Òsóósí  pode proporcionar a falta de alimentos; o plantio escasso; o apodrecimento de frutas; legumes e verduras; e até mesmo a arte mal acabada, inacabada ou de mau gosto.

Filho de Iemanjá e irmão de Ògún e Èsú, Òsóósí  sempre foi muito querido pela família, pelo seu temperamento calmo, compreensivo, amigo e respeitador. Entretanto, era franzino, parado. Seu irmão mais velho, Ògún, preocupado com a inércia de Òsóósí , resolveu ensinar-lhe a arte da caça e os caminhos e trilhas da floresta. E assim foi. Ògún ensinou Òsóósí  o que havia de melhor na arte de uma caçada e os segredos da mata. Levou-o até o alquimista Òsonìyn, que morava no interior da floresta, para que ele aprendesse a magia e conhecesse os animais  de caça e aqueles que não se pode caçar.

Dia: quinta feira

Data: Corpus Christi (BA), 23 de abril (SP), 20 de janeiro (RJ)

Metal: madeira (África) e bronze (Brasil)

Cor: Azul Celeste claro

Símbolos: O ofá (arco e flecha), ogê (um tipo de chifre de boi que é usado para emitir um som chamado Olugboohun, cuja tradução é: “Senhor escuta minha voz” e o Iru Kere (cetro com rabo de cavalo, boi ou búfalo, que ele usa para manejar os espíritos da floresta)