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Nação Ketu
Nação Ketu

A Importância dos Mitos do Candomblé

O culto dos orixás remonta de muitos séculos, talvez sendo um dos mais antigos cultos religiosos de toda história da humanidade.

O objetivo principal deste culto é o equilíbrio entre o ser humano e a divindade aí chamada de orixá.

A religião de orixá tem por base ensinamentos que são passados de geração a geração de forma oral.

Basicamente este culto está assim organizado:

1º Olorum - Senhor Supremo ou Deus Todo Poderoso
2º Olodumare – Senhor do Destino
3º Orunmilá – Divindade da Sabedoria (Senhor do Oráculo de Ifá)
4º Orixá – Divindade de Comunicação entre Olodumare e os homens, também chamado de elegun, onde a palavra elegun quer dizer “Aquele que pode ser possuído pelo Orixá”
5º Egungun – Espíritos dos Ancestrais

Os mitos são muito importantes no culto dos orixás, pois é através deles que encontramos explicações plausíveis para determinados ritos.

Sem estas estórias, lendas ou itans seria difícil ter respostas a sérios enigmas, como o envolvimento entre a vida do ser humano e do próprio orixá.

O Mito da Criação (Segundo a Tradição Yorubá)

Olodumare enviou Oxalá para que criasse o mundo. A ele foi confiado um saco de areia, uma galinha com 5 (cinco) dedos e um camaleão. A areia deveria ser jogada no oceano e a galinha posta em cima para que ciscasse e fizesse aparecer a terra. Por último, colocaria o camaleão para saber se a terra estava firme.

Oxalá foi avisado para fazer uma oferenda à Exu antes de sair para cumprir sua missão. Por ser um orixá funfun, Oxalá se achava acima de todos e, sendo assim, negligenciou a oferenda à Exu. Descontente, Exu resolveu vingar-se de Oxalá, fazendo-o sentir muita sede. Não tendo outra alternativa, Oxalá furou com seu opasoro o tronco de uma palmeira. Dela escorreu um líquido refrescante que era o vinho de Palma. Com o vinho, ele saciou sua sede, embriagou-se e acabou dormindo.

Olodumare, vendo que Oxalá não havia cumprido a sua tarefa, enviou Odudua para verificar o ocorrido. Ao retornar e avisar que Oxalá estava embriagado, Odudua cumpriu sua tarefa e os outros orixás vieram se reunir a ele, descendo dos céus, graças a uma corrente que ainda se podia ver no Bosque de Olose.

Apesar do erro cometido, uma nova chance foi dada à Oxalá: a honra de criar os homens. Entretanto, incorrigível, embriagou-se novamente e começou a fabricar anões, corcundas, albinos e toda espécie de monstros.

Odudua interveio novamente. Acabou com os monstros gerados por Oxalá e criou homens sadios e vigorosos, que foram insuflados com a vida por Olodumare.

Esta situação provocou uma guerra entre Odudua e Oxalá. O último, Oxalá, foi então derrotado e Odudua tornou-se o primeiro Oba Oni Ifé ou “O primeiro Rei de Ifé”.

Os Orixás e Suas Origens

Quando falamos de orixá, falamos de uma força pura, geradora de uma série de fatores predominantes na vida de uma pessoa e também na natureza.

Mas, como surgiram os orixás? Quais as suas origens?

Quando Olorum, Senhor do Infinito, criou o Universo com o seu ófu-rufú, mimó, ou hálito sagrado, criou junto seres imateriais que povoaram o Universo. Esses seres seriam os orixás que foram dotados de grandes poderes sobre os elementos da natureza. Em verdade, os orixás são emanações vindas de Olorum, com domínio sobre os 4 (quatro) elementos: fogo, água, terra e ar e ainda dominando os reinos vegetal e animal, com representações dos aspectos masculino e feminino, ou seja, para todos os fenômenos e acidentes naturais, existe um orixá regente. Através do processo de constituição física e diante das leis de afinidades, cada ser humano possui 01 (um) ou mais orixá, como protetores de sua vida, a eles sendo destinados formas diversas de culto.

Um outro aspecto a ser analisado sobre a tradição de orixá e sua origem seria a de que alguns orixás seriam, em princípio, ancestrais divinizados que em vida estabeleceram vínculos que lhes garantiam um controle sobre certas forças da natureza, como o trovão, o vento, as águas doces, ou salgadas, ou então, assegurando-lhes a possibilidade de exercer certas atividades como a caça, o trabalho com metais, ou ainda, adquirindo o conhecimento das propriedades das plantas e de sua utilização.

O poder axé do ancestral-orixá teria, após a sua morte, a faculdade de encarnar-se momentaneamente em um de seus descendentes durante um fenômeno de possessão por ele provocada.

A passagem da vida terrestre à condição de orixá aconteceu em momento de paixão como nos mostram as lendas dos orixás.

Xangô, por exemplo, tornou-se orixá em um momento de contrariedade por se sentir abandonado, quando deixou Oyó para retornar à região de Tapá. Somente Oya, sua primeira mulher, o acompanha na fuga e, por sua vez, ela entrou debaixo da terra depois do desaparecimento de Xangô. Suas duas outras mulheres Oxum e Obá tornaram-se rios que tem seus nomes, quando fugiram aterrorizadas pela fumegante cólera do marido.

Como foi relatado, esses antepassados não morreram de forma natural; e sim, sofreram uma transformação nos momentos de crise emocional provocada pela cólera ou outros sentimentos.

A origem é a própria terra. E segundo a tradição yorubá, alguns orixás foram seres humanos possuidores de um axé muito forte e de poderes excepcionais.