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Nação Jeje
Nação Jeje

No Brasil, chegaram principalmente os Minas (povos da Costa da Mina, de origem Mina e Popo), os Mahis (povos camponeses de origem Fon, Ewe e Gan), os Savalus (também de origem Fon, Ewe), povos de Aladá, Uidá e os próprios Adjas. Esses diferentes povos de diferentes línguas e costumes estabeleceram seu culto no Brasil, sob o nome de Nação Jeje, baseando-se no culto aos Voduns e formando várias ramificações, dentre as quais se destacam:

Jeje Dahomey: é a forma de culto estabelecida pelos povos adjas, seu culto baseia-se principalmente na reverência aos Voduns Reais (dirigentes do Dahomey), Voduns da família de Hevioso (voduns do trovão, juntamente com os tòvoduns ou voduns aquáticos) e Voduns da família de Dan (serpentes). Os dirigentes do Dahomey tinham um conflito quanto ao culto de Sakpata, que tinha os títulos de Jòholú (“Rei das Joias”, aludindo ao fato de ser o dono das chagas) e Ayinon (“Dono da Terra”), títulos estes que o rei também possuia, o que levou ao culto de Sakpata ter sido banido da capital e não existir no Jeje Dahomey. Orixás/Voduns Nagôs, não são cultuados nesta ramificação. O terreiro que representa esta nação é o Terreiro do Pinho (Hunkpame Dahomey) situado em Maragojipe na Bahia. As línguas faladas são o adjagbé e o ewegbé.

Jeje Mina: o Jeje Mina tem seu culto voltado à adoração real dos voduns de Abomey. Isso porque a fundadora deste culto (presente unicamente na Casa das Minas, pois nas demais casas de Tambor de Mina, o culto é Mina Jeje-Nagô, com influências yorubás) era a Rainha Nã Agontimé. “Adandozan também é retratado como incompetente – como comandante e guerreiro – e como um traidor da família real, pois teria vendido sua madrasta, a rainha Nã Agontimé, aos traficantes de escravos. Pesquisas realizadas por Pierre Verger sugerem que Nã Agontimé teria sido enviada como escrava a São Luis do Maranhão - onde foi renomeada como Maria Jesuína – e seria a fundadora da célebre Casa das Minas”. Pierre Verger ainda cita: “A Casa das Minas teria sido fundada pela rainha Nã Agontime, viúva do Rei Agonglô (1789-1797), vendida como escrava por Adondozã (1797-1818), que governou o Dahomey após o falecimento do pai e foi destronado pelo meio irmão, Ghezo, filho da rainha (1818-1858). Ghezo chegou a organizar uma embaixada às Américas para procurar a sua mãe, que não foi encontrada.” A Casa das Minas cultua os Voduns dirigentes e nobres do Dahomey, inclusive Zomadonu, que é chefe da Casa da Minas, juntamente com Nochê Naé, a ancestral mítica da família Real.

Jeje Mahi: Os Povos Mahi eram camponeses, tinham seu culto voltado, principalmente a Dan Gbé Sén (Bessém, este termo significa “adorar a vida” e dangbésén significa “serpente que adora a vida”) e aos voduns de sua família, e também aos voduns da família de Hevioso ou Kaviono, e os voduns da família de Sakpata. Voduns reais e Eguns não são cultuados. Tem influências nagôs e em seu panteão adotou-se alguns Orixás, formando a família Nagô-Vodun, formada principalmente por Ogun ou Gú, Odé, Oyá, Òsún e Yemanjá. O culto trazido pela africana conhecida como Ludovina Pessoa, natural de Mahi, iniciada para o vodun nagô Ogun, que foi escolhida pelos voduns para fundar três templos na Bahia. Ela fundou o “Zoogodo Bogun Malé Hundo”, mais conhecido como “Terreiro do Bogun”, consagrado a Hevioso e o “Zoogodo Bogun Sejá Hundê”, mais conhecido como “Kwê Sejá Hundê”, consagrado a Bessém. O templo que seria consagrado a Azansú Sakpata não chegou a ser fundado. Dizem os antigos que o Ogun de Ludovina se chamava “Ogun Rainha” ou “Ogun da Rainha”, podendo supor que ela seria uma integrante da família real ou mesmo uma rainha do território Mahi. No Rio de Janeiro, o Kpo Dagbá é o grande representante desta nação, fundado pela africana da cidade de Aladá, Gaiaku Rosena, iniciada para o vodun Bessém.