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História de Omolu
História de Omolu





Xapanã (Senhor da Varíola), Obaluaiê (Rei dono da Terra), Omolu (Filho do Senhor), Ainon (Senhor da Terra) e Jeholú (Senhor das Pérolas).

Nascido em Empê, no território tapá, também chamado de Nupê, percorria o céu e os quatro cantos do mundo, com sua tropa. Era um guerreiro terrível e temido por todos e aqueles que se opunham à sua passagem eram massacrados sem piedade.
Obaluaiê é o orixá ligado ao elemento terra, detentor de seus segredos, senhor das doenças e da morte, representado pelas três cores primitivas do universo, que são o vermelho, preto e o branco, detendo os três tipos de sangue, ou axés, que existem na natureza, patrono dos cauris e do conjunto dos 16 búzios, lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, oculta sob os saiotes o mistério da morte e do renascimento. Ele é a própria terra que recebe nossos corpos para que vire pó.
Apesar de ser um guerreiro terrível e temido, é também conhecido como o orixá da humildade, senhor da doença, médico dos médicos, filho primogênito de Oxalá com Nana, dotado de grande criatividade e timidez, precursor da caridade, da humildade e do desapego material. Grande pensador que andava pelos reinos semeando a sabedoria, médico dos pobres, senhor absoluto de todas as doenças de pele e infecciosas.
Obaluaiê é um orixá muito próspero, mede a sua riqueza em cântaros, conta uma lenda que os Mahis souberam de sua chegada iminente em suas terras, apavorados, consultaram um adivinho, que lhes falou “O Grande Guerreiro chegou de Empê! Aquele que tornará esta terra rica e próspera! Se o povo não aceitar, ele a destruirá!, É necessário que supliquem que os poupe. Façam-lhe muitas oferendas, todas as que ele goste! Será necessário também que todos se prosternem diante dele, que o respeitem e o sirvam. Logo que o povo o reconheça como pai, ele não combaterá, mas protegerá a todos!”
Quando Obaluaiê chegou, conduzindo seus ferozes guerreiros, os habitantes de Savalú e Dassá Zumê reverenciaram-no encostando suas testas no chão e saudaram-no: “Totô hum! Totô hum! Atotô! Atotô!” “Respeito e submissão”. Obaluaiê aceitou os presentes e as homenagens, dizendo que durante suas viagens, desde Empê, sempre encontrou desconfiança e hostilidade. Pediu para construírem um castelo que ali ele viveria instalando-se assim em Mahis. O país prosperou e enriqueceu.
Outra lenda, conta que Obaluaiê chegando de viagem à aldeia onde nascera, viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os Orisás, mas com a sua medonha aparência não podia entrar na festa, e ficou espreitando pelas frestas do terreiro.
Ogum, ao perceber a angústia do Orisá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos.
Apesar de envergonhado, entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã que acompanhava tudo que estava acontecendo e compreendia a triste situação de Obaluaiê, esperou que ele estivesse bem no centro do barracão, onde o xirê estava animado, então Iansã chegou bem perto dele e soprou levantando sua roupa de palha que cobriam sua pestilência. Naquele momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaiê pularam para o alto, transformando-as numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão, transformando-o num jovem belo e encantador.
Xangô um dia convidou os orixás para uma festa. Havia muita fartura e todos estavam felizes. No meio da festa, eles se deram conta da ausência de Obaluaiê, que não tinha sido convidado. Temendo sua cólera, os orixás decidiram ir ao seu palácio, todos juntos, levando o que comer e beber. Era necessário pedir desculpas, fazê-lo esquecer a indelicadeza.
Obaluaiê aceitou a homenagem, mas fez chamar a todos os habitantes de sua cidade para participar com ele do banquete.