A Sociedade São Jorge do Gantois , Terreiro do Gantois ou Axé Yamassê como é conhecido fica no Alto do Gantois, 33, no bairro da Federação, Salvador , Bahia . Essa é outra grande casa de candomblé Gêge-Nagô, que também nasceu da Casa Branca do Engenho Velho , foi fundado por Maria Júlia da Conceição Nazaré em 1849. O nome Gantois veio de um francês que era o dono do terreno onde o templo religioso foi construído. O que diferencia o Gantois de outros terreiros tradicionais da Bahia, como o Axé Opô Afonjá , Casa Branca , Terreiro do Bogum e outros, é que a sucessão se dá pela linhagem e não através de escolha pelo jogo de búzios. De acordo com o antropólogo Julio Braga: "Historicamente, o Gantois é um candomblé familiar de tradição hereditária consangüínea, em que os regentes são sempre do sexo feminino", em entrevista fornecida ao Correio da Bahia.
As origens do Terreiro do Gantois vêm do início do século XIX, quando escravas libertas fundaram o primeiro Terreiro Nagô do Brasil, que se chamou Ilê Axé Airá Intile, no bairro Barroquinha em Salvador-BA. Neste Ilê Axé, a mãe-de-santo Iyá Nassô veio iniciar na religião dos orisás. D. Maria Júlia da Conceição Nazareth, a fundadora do Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê : o Terreiro do Gantois. As terras onde esse templo seria edificado foram compradas do francês Sr. Gantois, pelo cônjuge de Maria Júlia, o africano Francisco Nazareth de Eta. Mãe Maria Júlia faleceu em 1910. Para continuar seu trabalho os orixás escolheram sua filha, Pulchéria Maria da Conceição, que chegou a ser conhecida na época como "Pulchéria, a grande", por causa de sua altivez e suas atitudes enérgicas. Ela faleceu em 1918 e o terreiro do Gantois passou a ser dirigido, por cerca de quatro anos, por Jacinto Marciano Nazareth, seu irmão. Em 1922, a sobrinha de Mãe Pulchéria, Maria Escolástica da Conceição Nazareth -- Mãe Menininha -, foi escolhida para assumir as funções de Iyalorixá do Terreiro. Por sua solidariedade, sabedoria, bondade e energia, Mãe Menininha do Gantois foi o mito da história desta religião. Inúmeras foram (e ainda são) as justas homenagens prestadas a essa deusa, que levou ao mundo inteiro a cultura de seus antepassados. Depois de Mãe Menininha, falecida em 13 de agosto de 1986, assumiu a direção do Terreiro do Gantois Cleusa Millet, sua filha mais velha. A missão de continuar o trabalho de um mito foi uma grandiosa tarefa para a Iyalorixá, que realizou ainda mais obras civis e sociais, engrandecendo a história dessa casa. Mãe Cleusa passou para o mundo do Orum recentemente, em 18 de outubro de 1998. Desde então o Gantois vem cumprindo o de luto de três anos. Durante este período, várias atividades sociais e religiosas da casa têm permanecido suspensas, principalmente as cerimônias abertas ao público. Só depois deste tempo é que a casa, que fica no Alto do Gantois, no bairro da Federação, em Salvador, Bahia, voltará a realizar todas as suas funções.